05 janeiro 2012
Wild Horses
15 junho 2010
Areia
23 abril 2008
Um instante
Aqui me tenho
como não me conheço
nem me quis
sem começo
nem fim
aqui me tenho
sem mim
nada lembro
nem sei
à luz presente
sou apenas um bicho
transparente
(Ferreira Gullar)
09 abril 2008
Beijo... em teu Membro
descobrindo-o...
entre seus esconderijos.
Beijo...em teu membro...
despertando-o...
entre seus sentidos.
Beijo... em teu membro...
acarinhando-o...
entre seus suspiros.
Beijo...em teu membro...
chupando-o...
entre seus pedidos.
Beijo... em teu membro...
mordiscando-o...
entre seus gemidos.
Beijo...em teu membro...
admirando-o...
entre seus predicativos.
Beijo...em teu membro...
alisando-o...
entre seus delírios.
Beijo... em teu membro...
percorrendo-o...
entre meus abrigos.
Beijo... em teu membro...
engrandecendo-o...
em todos os sentidos.
Beijo...em teu membro...
lambuzando-me...
de seus vestígios.
(Andréa Lucia) - Achei esse poema numa comunidade do orkut. Adorei!
13 março 2008
Ai se sêsse - Cordel do fogo encantado
Se um dia nois se queresse
Se nois dois se empareasse
Se juntim nois dois vivesse
Se juntim nois dois morasse
Se juntim nois dois drumisse
Se juntim nois dois morresse
Se pro céu nois assubisse
Mas porém acontecesse de São Pedro não abrisse
a porta do céu e fosse te dizer qualquer tolice
E se eu me arriminasse
E tu cum eu insistisse pra que eu me arresolvesse
E a minha faca puxasse
E o bucho do céu furasse
Da vês que nois dois ficasse
Da vês que nois dois caisse
E o céu furado arriasse e as virgi toda fugisse
19 fevereiro 2008
A rosa de Hiroxima
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroxima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada.
(Vinícius de Moraes)
21 janeiro 2008
Solitude?
Mesmo com o canto dos passarinhos?
Solidão é não perceber, não ver...
Olhe o movimento do vento
Ó! Não seja desatento!
Ouça o som das folhas
Das ruas
A mágica da vida
O som das cores
Já se sentiu sozinho?
Ouça a ti mesmo
Vislumbre-se
Nunca se está só,
quando não se quer ser só!
18 janeiro 2008
O Violinista no Jardim
Vozes tristes estão chamando
Nossa garota preciosa, não pode ter ido
Tão amarga essa manhã
Quando a querida do papai
Saiu e iniciou o seu dia
Não estava la um sonho na noite passada
Como a primavera sem fim
A agua continua a correr
Pela minha mente
Pelo campo eu posso ver um violinista
O violinista no jardim e o garoto triste
Eu o peguei muito cedo
Voce se importaria?(...)
Se eu pegasse você
Para estar com você (...)
O sol parecia brilhante
O ar estava limpo
O ar estava limpo
Um truque de luz
Transformou vermelho em verde
Ela viu a luz
Sua face estava palida
Seu corpo esmagado
Sua beleza se foi
Não é uma vergonha
Disse o ceifador
Ele está um pouco sozinho aqui
E ainda espera por você
Oh eu realmente falhei pela primeira vez
Disse o violinista, pobre velho violinista
O violinista no jardim
O violinista no jardim
Seria muito bom
Pegue minha mão
Apenas segure a minha mão
E eu te levarei lá
E sua dor irá sumir
Fiddler On The Green - Demons & Wizards
23 dezembro 2007
Só pano!
Ó mais essa eu me darei o luxo de comprar
Afinal 379,00 não mata ninguém
Imaginem quando eu sair com essa calça?
Todos vão olhar
Admirar a Etiqueta colada no verso
Um salário mínimo é o preço
Você vai querer?
O mundo das marcas é supérfluo
Agora vai lá
Vista sua blusa ELLUS
Sua calça FORUM
e se sinta o melhor!
Quanto pagam pra divulgar as marcas
os panos colados nas calças e blusas
que chamamos de etiquetas?
Ó que maravilha! Assim eu tb vou querer!
02 dezembro 2007
2008
Aí vem a eleição no carro alegórico
E a dominação carismática como fiel escudeiro
Marcham arrastando discípulos
Massa, maioria
Subordinados!
Seguem o carro alegórico sorrindo
Comprados!
Não-estudados
O ‘rei’ no topo, ri
Seu voto por quantas cestas?
Quer viver de doação?
O que faz você pensar,
que será sustentado por ‘ele’ a vida inteira?
Oh! Quanta ingenuidade
Tente ver a tempo
‘Ele’ quer só seu voto!
Seu voto!
Sim este mesmo aí no carro alegórico
Sujando as ruas com panfletos
E você o apóia
Ele quer só seu voto!
Só
Aí vem a eleição
E junto com ela a decepção...
E a derrubada do sonho de uma vida melhor
E viveremos sonhando...
(Escrevi no mês de agosto deste ano, senti a necessidade de publicá-lo agora, pois as propagandas eleitorais partidárias já começaram a serem exibidas na televisão.)
30 novembro 2007
Tempos Modernos
Encontrei o meu amor eterno!
Comprei meu par perfeito em um brechó de almas.
Existe algo melhor nesta vida?
Dei uma olhadela na vitrine e lá estava...
Li seu perfil e logo me apaixonei.
O seu book era formidável!
Que pernas, que olhos, que seios maravilhosos!
Ah se todos conhecessem tal brechó!
Não haveria mais tristeza no mundo.
Quem diria que a tecnologia me traria tamanha alegria!?
Freqüentamos as mesmas Comunidades! Lemos os mesmos livros!
Gostamos dos mesmos filmes! Temos a mesma idade!
Sei que ela usa Armani!
Então ao deitar, lanço algumas gotas do perfume sobre a cama.
E imagino estar abraçado a ela!
Agora meu nickname tem corações e meu perfil “namorando”!
Não é fantástico?
(MUZZI, Gabriel. Meu amigo de sempre. Achei esse poema fantástico, mostra a realidade, e a ilusão das pessoas perante um instrumento como a internet.)
20 novembro 2007
Responsabilidades
22 anos, já tenho que decidir minha carreira acadêmica, que curso seguir, um emprego que seja compatível com a área estudada, mãe fala: ‘corra atrás’, e eu corro sim, aparecem pessoas descomprometidas em ajudar. Aparecem.... essas sempre aparecem! Eu queria ainda estar no 2º grau, tão despreocupada eu era, tão sem objetivos eu era... sinto falta da estagnação da mente, mas já estou prestes a me formar na faculdade e ai? Como é que será depois que eu já estiver formado? 22 anos e minha cabeça tem um turbilhão de pensamentos borbulhando, aferventando...
porém, feliz!
Adiamento
Levarei amanhã a pensar em depois de amanhã,
E assim será possível; mas hoje não...
Não, hoje nada; hoje não posso.
A persistência confusa da minha subjetividade objetiva,
O sono da minha vida real, intercalado,
O cansaço antecipado e infinito,
Um cansaço de mundos para apanhar um elétrico...
Esta espécie de alma...
Só depois de amanhã...
Hoje quero preparar-me,
Quero preparar-rne para pensar amanhã no dia seguinte...
Ele é que é decisivo.
Tenho já o plano traçado; mas não, hoje não traço planos...
Amanhã é o dia dos planos.
Amanhã sentar-me-ei à secretária para conquistar o rnundo;
Mas só conquistarei o mundo depois de amanhã...
Tenho vontade de chorar,
Tenho vontade de chorar muito de repente, de dentro...
Não, não queiram saber mais nada, é segredo, não digo.
Só depois de amanhã...
Quando era criança o circo de domingo divertia-me toda a semana.
Hoje só me diverte o circo de domingo de toda a semana da minha infância...
Depois de amanhã serei outro,
A minha vida triunfar-se-á,
Todas as minhas qualidades reais de inteligente, lido e prático
Serão convocadas por um edital...
Mas por um edital de amanhã...
Hoje quero dormir, redigirei amanhã...
Por hoje, qual é o espetáculo que me repetiria a infância?
Mesmo para eu comprar os bilhetes amanhã,
Que depois de amanhã é que está bem o espetáculo...
Antes, não...
Depois de amanhã terei a pose pública que amanhã estudarei.
Depois de amanhã serei finalmente o que hoje não posso nunca ser.
Só depois de amanhã...
Tenho sono como o frio de um cão vadio.
Tenho muito sono.
Amanhã te direi as palavras, ou depois de amanhã...
Sim, talvez só depois de amanhã...
O porvir...
Sim, o porvir...
(Álvaro de Campos)
13 novembro 2007
Um gasto prazeroso
08 novembro 2007
Saudade e Desejo
Saudade do seu cheiro em minha roupa...
Vontade de falar baixinho em seu ouvido...
Saudade de suas mãos me tocando...
Vontade de você me apertando...
Saudade da sua boca em minha boca...
Vontade da minha boca em você...
Vontade de você em mim...
Vontade de você aqui.
(LOBO, Letícia. Amiga da faculdade, em um dia de enorme saudade do namorado, acabou saíndo este. Abraço Lelê!)
06 novembro 2007
26 outubro 2007
Cem dúvidas
Tão certo quanto incerto
É a certeza de não querer,
uma alma por perto.
A certeza insciente
de amar
A incerteza da existência
Tão certo o sabor da ausência
Tão incerto o ato de ser incorreto
A incerteza do ser, do saber, do viver...
Já, porém, ainda sim
Vi mistérios e eclipses
Músicos frustrados
Tomei porre de bebida
Dancei a música ouvida
Falei o que quis
Ouvi coisas que não quis
Cedi meu corpo e mente
Fiquei doente
Amei... desenfreada mente
Fiz poemas eloqüentes
Vi mendigos serem injustiçados
Hippies inseguros de si
Fui magoada e amada
Vi um animal ser sacrificado
Andei de bicicleta em dia de chuva
Fiz amigos verdadeiros
Fui perdoada
Perdoei...
Chorei no quarto sozinha
Vi amizades se formarem
Fui à festas esquisitas
Experimentei o proibido
Sonhei alto
Caí e machuquei, me esfolei
Ouvi músicas loucas
Outras bem escritas
Fui guitarrista, cantora
Fui eu mesma
Cantei em palcos
Tive calafrios em vários encontros
Beijei na chuva, no sol, na noite
Estraguei um bolo em um aniversário
Confiei eroneamente
Tive medo e coragem
E outros... e outros
Fiz tudo isso
Faço tudo issu de novo
Eu não quero ser nada
Além de mim
16 outubro 2007
Você já reparou algum estranho em uma foto sua?
Você já olhou para uma foto sua e viu um estranho no fundo?
Te faz perguntar, quantos estranhos tem uma foto sua?
Quantos momentos da vida dos outros nós fizemos parte?
Ou se fomos parte da vida de alguém quando os sonhos dessa pessoa se tornaram realidade?
Ou se estivemos lá, quando os sonhos delas morreram.
Nós continuamos a tentar nos aproximar?
Como se fossemos destinados a estar lá.
Pense:
podemos ser uma grande parte da vida de alguém...
...e nem saber.
(Na foto Yuricka, Gabriel, Eu e dois estranhos...rs
No Baile dos Barangos em PL)